Produção de Alimentos e Degradação Ambiental - Monocultura e Pecuária
Embora a tecnologia tenha avançado nos últimos anos, proporcionado
aumento na taxa de produção de alimentos acima do crescimento populacional, a
demanda por alimentos continua crescendo juntamente com a degradação ambiental.
Praticamente todos os alimentos produzidos impactam o meio ambiente. Há varias formas de agressão, desde as mais
simples (fumaças de fabricas de produtos químicos), ate as mais perigosas (substâncias
radioativas lançada no oceano e na atmosfera).
Mas a demanda crescente por alimento por si só não é a causa
dos desarranjos no meio ambiente, por trás desta degradação encontra-se o uso
inadequado dos recursos naturais que afetam a natureza e os seres humanos, e da
própria tecnologia usada para aumentar a produção.
Têm sido crescentes os desmatamentos para uso na monocultura
e a pecuária, que afetam a diversidade biológica e contribui para o aquecimento
global. No uso do solo são lançadas grandes quantidades de agrotóxicos,
fertilizantes, pesticidas que contaminam rios, mananciais e lençóis freáticos. No
ar, gases poluentes das indústrias afetam a camada de ozônio e aquecem o
planeta. Estas e outras formas de degradação causam uma enorme desarmonia.
Na
agricultura, novas tecnologias e inovações contribuíram para um aumento na
produtividade, porém todas essas inovações estão degradando o meio ambiente,
porque usam excessivamente os recursos naturais visando o aumento da produção e
dos lucros, sem se preocupar com as consequências ao longo prazo para o solo e
a biodiversidade. As principais práticas para atingir a maximização da produção
e dos lucros são:
Cultivo intensivo do solo, que baseiam-se em cultivar o solo muitas
vezes, com o objetivo de afofar sua estrutura, visando uma melhor drenagem,
crescimento mais rápido de raízes, a aeração e semeadura fácil. No cultivo de longa
duração, o solo não tem tempo de se recuperar, fica sem qualquer cobertura por
longos períodos, com maquinaria pesada passando sobre ele. Como resultado a
matéria orgânica é reduzida, o solo compactado pelo uso intensivo de maquinas
pesadas perde porosidade, com isso há perda de fertilidade do solo e aumento
das taxas de erosão por água e vento.
Na monocultura, assim como na agricultura, há
um uso intenso de solo, com destaque para o grande uso de agrotóxicos,
fertilizantes inorgânicos visando o controle químico das plantas. Os
agrotóxicos lançados sobre as plantações em grandes quantidades acabam afetando
outras áreas, assim matam insetos benéficos para o meio ambiente, contaminam
outras lavouras e afetam a saúde de trabalhadores agrícolas.
Outra característica da monocultura é o uso
intensivo de recursos hídricos na irrigação. Em muitas situações a água é
bombeada de aquíferos
subterrâneos, rios são drenados, prejudicando assim ecossistemas aquáticos, a vida
selvagem e quem quer que dependa da água.
Os componentes químicos dos fertilizantes
sintéticos são lixiviados do solo, provoca erosão, contamina os mananciais e
rios, causando a eutrofização que durante esse processo, a quantidade excessiva
de mineiras induz à multiplicação de micro-organismos (algas), formando uma
camada densa, impedindo a penetração de luminosidade, assim há uma redução da
taxa de fotossíntese nas camadas interiores, aumentando o déficit de oxigênio
suficiente. Em virtude de baixos suplementos, os peixes e mamíferos aquáticos
não conseguem sobreviver.
Ainda no uso da água, a irrigação constante
pode levar à salinização do solo, o acumulo de sais prejudicam o solo, a safra
e matam plantas. Além disso, sem a drenagem adequada essa água chega ao subsolo
e eleva os níveis das águas subterrâneas.
Na pecuária, há uma necessidade de
desmatamento de grandes áreas verdes, que acabam com o habitat natural de várias
espécies. A atividade demanda um gasto excessivo de água para as pastagens e
consumos dos animais. Em todo mundo, a pecuária é uma das grandes responsáveis
pelas emissões de CO2, e de gases ocasionadas pela digestão do animal, como o
gás metano. Além disso, há uma necessidade de realização de queimadas para renovar
a vegetação das pastagens.
Moisés Nazareno
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