Bolsonaro esfaqueado - Algumas verdades não podem ser ditas agora - Foi vítima do discurso de ódio?
Jair Messias Bolsonaro estava em uma passeata na tarde deste sexta-feira, em Juiz de Fora-MG, muito feliz sobre os ombos de um de seus eleitores, acompanhado por centenas de apoiadores quando um homem se aproximou e tentou matá-lo com uma faca. O candidato à Presidência, atingido na barriga, rapidamente foi levado a um hospital, operado por cinco horas, em seguida foi transferido para uma UTI. Não corre risco de morte.
Tudo isso é estarrecedor! Obviamente ninguém, candidato algum, não importa quais suas convicções políticas merece algo passar por isso.
Toda e qualquer forma de violência é inaceitável. Assim como é inaceitável, nesse momento, todo e qualquer discurso que possa ser entendido como discurso de deboche, pouco caso, intolerância e ódio. O cuidado com as palavras é de grande importância, principalmente para uma pessoa pública. Cuidado que Bolsonaro nunca fez questão de ter.
Quando Bolsonaro disse, há muito tempo, que era a favor da tortura e que a ditadura matou pouco, "deveria matar uns 30 mil", para ele pode não ter sido discurso de ódio, mas para o criminoso que tentou matá-lo foi. O candidato pode crer piamente que não tem discurso de ódio algum no que ele diz, mas será que ele já parou e se perguntou: "O que eu estou pregando por aí pode ser entendido como palavras intolerantes e discurso de ódio? Qual as consequência do que eu digo? "
Há uma passagem na Bíblia, que deveríamos tomar para as nossas vidas: " As palavras tem poder" - O que dizemos pode mexer com emoções, mudar vidas, separar pessoas, destruir família, acabar com amizades, causar reações violentas com esta de hoje.
Quando Bolsonaro homenageou Carlos Alberto Brilhante Ustra, na votação do impeachment de Dilma, em 2016, o que foi aquilo? Para ele pode não ter sido um discurso que poderia provocar em alguém ódio, mas provavelmente para muitos foram palavras intolerantes e desnecessárias.
O que não bom, não é agradável, o que não constrói deve ser evitado. Ele poderia simplesmente votar contra Dilma sem homenagear um torturador confesso, inclusive de mulheres.
Há dois dias, o presidencial estava no Acre, lá ele pegou um tripé de um câmera, imitou uma metralhadora e disse: "Vamos metralhar petralhada" - Para Bolsonaro foi uma brincadeira, mas para esse louco que tentou matá-lo pode ter sido um discurso de ódio.
Quando Bolsonaro ironizou o atentado contra o ônibus de Lula: 'Está na cara que alguém deles deu os tiros - Muitos de seus seguidores concordavam. Mas a mensagem que fica é que o candidato menosprezou, relativou, um ato execrável, que deveria ser condenado por ele com todo o vigor.
Não vou elencar aqui diversos discursos do candidato que possam figurar como discurso de ódio, defesa de uso da força de forma banalizada, mas a mensagem que fica é: As nossas palavras tem poder e somos responsáveis pelo que dizemos.
Esse ato covarde merece toda a nossa indagação, não importa qual seja o seu candidato ou preferencia política. Se você ficou feliz com isso, achou pouco o que candidato sofreu, procure rever os seus conceitos. Em hipótese alguma devemos comemorar o sofrimento de alguém pelo simples fatos de não concordamos com seus posicionamentos políticos.
Mas, assim como devemos nos solidarizar com a dor do candidato, e reagir contra esse ato criminoso, não podemos censurar aqueles que "ousam" questionar se o presidenciável não foi vitimas de suas próprias palavras.
Os discursos dele não provocaram ódio nesse homem? - Muitos estão se perguntando, e por perguntarem estão sendo criticados. "Ah, então o criminoso é inocente e Bolsonaro é o culpado?" O criminoso disse que tinha uma missão de Deus. Ou seja, tudo que leu e ouviu sobre o que disse Bolsonaro produziu-lhe ódio que chegou a crê que estava à serviço de Deus. Considere isso.
Cuidado com as palavras, moderação, bom senso, não faz mal para ninguém. Se ele tivesse tudo isso talvez não estaria nesse momento em uma UTI. Ou estaria? Na dúvida é melhor ser prudente com as palavras.
Cadeia para o criminoso. Saúde, sabedoria e prudência para Bolsonaro.
A língua também é um fogo; como mundo de iniqüidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno. Tiago 3:6
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